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Carol Bernardo

A Endometriose: trago clareza e verdades...

Olá, queridas leitoras e queridos leitores!

Hoje, gostaria de abordar um assunto muito importante e que afeta milhões de mulheres em todo o mundo: a endometriose.


Eu tive endometriose desde que comecei a ter meus ciclos menstruais. Sempre tive muita dor de cabeça, dores nas costas e uma cólica muito forte de até me levar a alguns desmaios. Com 19 anos, minha ginecologista desconfiou e sugeriu que eu tomasse anticoncepcional para "tratar" os sintomas, mesmo sem fazer nenhum exame específico para descobrir a endometriose. Acho que naquela época só se descobria com intervenção cirúrgica, que eu não tava com a menor vontade em fazer.



Foto de Simone van der Koelen na Unsplash


Tomei anticoncepcionais praticamente a vida inteira, inclusive, tomava para não menstruar. Em 2014 eu decidi parar de tomar qualquer coisa e deixar meu corpo expulsar todo o hormônio tomado e começar a ter seus ciclos normais. Assim que voltei a menstruar, todos os sintomas voltaram e foram piorando a cada ciclo.


Eu faltava aulas, deixava de entregar trabalhos (estava no doutorado), passava o dia inteiro na cama... A dor era tão debilitante, que eu passava muito mal. Eu tive crises durante as aulas que eu dava na faculdade... Tive que ser levada por alunos em casa, por não conseguir nem andar direito.


Fiz minha primeira cirurgia no final de 2016 (que também coincidiu com o período de escrita da minha tese). Todos os focos foram retirados, feito biópsia (deu grau 3 - de 4 graus), e ficou tudo limpo. Mas, pela inexistência de algo efetivamente curativo ou que resolve, a medida que eu voltei a menstruar, eu voltei a sentir as dores. E, tive que fazer outras cirurgia no início de 2021.


Se o seu ciclo for de fluxo intenso, experimente o copo coletor menstrual.

Essa cirurgia foi um pouco mais séria, porque estava, também, desenvolvendo adenomiose no útero. Inclusive, no meu último ciclo, antes da cirurgia, eu tive hemorragia e fui parar no hospital. Consequências da adenomiose. Por causa disso, fiz minha última cirurgia de endometriose, junto com a retirada do útero (histerectomia).


Como eu sofri muito ao longo desses últimos anos, de dores e consequências de uma endometriose profunda e que tomava todo o meu abdome, me debilitando em períodos de início de ciclo e nos períodos de ovulação, eu quis trazer este assunto à tona. Porque, se já não respeitamos as mulheres em seus ciclos, quanto mais as que têm endometriose, né verdade? Então, fiquem atentos quanto a isso.


Para aqueles que não estão familiarizados, a endometriose é uma condição em que o tecido que normalmente reveste o útero, cresce em outras áreas do corpo, como entre os ovários, nas tubas uterinas e até mesmo em órgãos distantes, como o intestino. Não há cura conhecida para essa doença e é extremamente dolorosa e debilitante.


Mas você sabia que cerca de 10% da população feminina mundial sofre com ela?


E hoje, quero falar sobre como a endometriose afeta o dia a dia das mulheres e quais são os desafios que elas enfrentam. Por que, como eu sempre digo, o óbvio precisa ser dito.



Em primeiro lugar, é importante entender que a endometriose não é uma condição fácil de ser diagnosticada. Muitas mulheres sofrem com sintomas como cólicas menstruais severas, dores pélvicas, dor durante as relações sexuais e sangramento intenso. No entanto, muitas vezes esses sintomas são ignorados ou confundidos com outras condições comuns, como síndrome pré-menstrual ou cólicas menstruais normais.


Isso significa que, muitas vezes, as mulheres demoram a buscar ajuda médica e o diagnóstico pode levar anos para ser feito (no meu caso, o diagnóstico só foi fechado depois de 16 anos...). Além disso, a endometriose pode afetar mulheres de qualquer idade, desde a puberdade até a menopausa.


Foto de Camila Quintero Franco na Unsplash

Uma vez diagnosticadas, as mulheres com endometriose enfrentam uma série de desafios diários. A dor crônica é um dos principais sintomas e pode ser extremamente limitante. Imagine ter que lidar com dores intensas todos os meses durante o período menstrual, além de outras dores espalhadas pelo corpo, ao longo de semanas... Isso pode afetar a capacidade de uma mulher trabalhar, estudar, cuidar da família e realizar as tarefas diárias mais simples. Além disso, a endometriose pode afetar a fertilidade e causar dificuldades em engravidar, o que pode ser muito frustrante e emocionalmente desafiador para as mulheres que desejam ter filhos.


No ambiente de trabalho, a endometriose também pode ter um impacto significativo. As dores e o desconforto constantes podem levar a absenteísmo e diminuição da produtividade. Muitas mulheres se sentem obrigadas a esconder sua condição e sofrer em silêncio, com medo de serem julgadas ou perderem seus empregos. Além disso, o estresse emocional causado pela endometriose pode levar a problemas como ansiedade e depressão, que também podem afetar a vida profissional.


É importante que a sociedade esteja mais consciente sobre a endometriose e os desafios que as mulheres enfrentam diariamente. É essencial que as mulheres tenham acesso a informações precisas e que sejam encorajadas a procurar ajuda médica se estiverem enfrentando sintomas preocupantes. Além disso, é crucial que os empregadores entendam as dificuldades que as mulheres com endometriose enfrentam e ofereçam apoio e flexibilidade, se necessário.


Para as mulheres que sofrem com endometriose, é importante lembrar que elas não estão sozinhas. Existem muitas organizações e grupos de apoio que podem oferecer suporte e informações valiosas, como é o caso desse blog. É fundamental que as mulheres sejam empoderadas e se sintam à vontade para falar sobre sua condição, em qualquer lugar, e buscar tratamento adequado.


Encerro este post com uma mensagem para todas as mulheres que sofrem com endometriose: somos guerreiras. Não deixem que essa condição defina suas vidas. Procurem ajuda, sejam gentis consigo mesmas e lembrem-se de que a dor é passageira, mas a força e a resiliência de vocês são eternas. E contem comigo para saber mais sobre, para conversar e ter um ombro amigo para chorar as pitangas e ser o apoio que você precisa.


Obrigada por lerem este post e juntas, podemos criar mais conscientização sobre a endometriose e apoiar as mulheres que sofrem com essa doença.


Até a próxima, queridas e queridos leitores!


Referências:

- The Endometriosis Foundation of America

- Mayo Clinic

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