Ser ou não ser ecológico?! Eis a questão!
- Carol Bernardo
- 5 de fev.
- 2 min de leitura

Hoje eu escutei um episódio, de um dos Podcasts que eu acompanho, que contava a história de uma pessoa que evitava completamente usar/ter em casa sacolas plásticas; não comia carne; não dava descargas ao longo do dia, só uma vez a noite - mesmo tendo feito o n° 2 - e, o que eu achei pior, exigia que sua parceira fizesse o mesmo. Ou seja, ele não dava a liberdade para a sua parceira viver do jeito dela, mas sim, do jeito dele.
E aí, um dos comentários ao final era de que ele estava sendo controlador - o que eu concordo - e que foi provado que os bilionários e milionários que causavam os principais impactos no mundo e que não adiantaria tanto ações individuais para evitar impactos.
E é aí que eu discordo.
Concordo que ter um comportamento ecológico ao extremo, vivendo na sociedade em que vivemos, pode ser até anti-higiênico (se ele esquecia a sacola de pano para carregar pão da padaria, ele levava na mão mesmo… e o esquema da descarga, é o ó!). Além disso, exigir que outra pessoa do seu convívio tenha o mesmo comportamento, é bem tóxico. Mas, dizer que mudanças individuais não impactam o meio ambiente, discordo totalmente.
Primeiro, ter este discurso de que “os milionários e os bilionários que impactam mais e não importa o que fazemos” é nocivo porque nos exime da responsabilidade de tentarmos mudar nosso comportamento de consumo, por exemplo, e de continuarmos vivendo da forma que estamos vivendo. Sabemos que se continuarmos consumindo da mesma forma, em breve não teremos mais recursos para a nossa própria sobrevivência.
Segundo, comportamentos individuais importam sim. Quando você muda um comportamento, para melhor, você acaba servindo como exemplo para outra pessoa. Pode nem ser para que a outra mude o comportamento de uma vez, mas pelo menos, a fará pensar, planta uma sementinha, sabe? E isso causa uma reação em cadeia: você muda, a outra vê, passa a mudar também e assim sucessivamente.
Além disso, é importante nos sentirmos responsáveis tanto pelas decisões de consumo quanto pelo impacto do nosso voto. Quem estamos colocando no local de tomada de decisões? São pessoas que estão alinhadas aos bilionários/milionários que impactam ou não? São pessoas que também estão tentando fazer algo via regulamentação ou não? São pessoas que estão governando para um grupo pequeno ou para todos?
Portanto, concordo que extremos nunca são bons, mas deixar de assumir responsabilidades é tão ruim quanto. Então, bora assumir nossas responsabilidades e exigir que as pessoas que colocamos no poder também assumam as delas, sejam taxando os bilionários/milionários por suas riquezas, por seus impactos, sejam tomando ações para reduzir os impactos ou adaptar os ambientes urbanos para os impactos vindouros das mudanças climáticas.
O que vocês acham sobre isso?
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